O traço internacional da premiada Tereza Xavier
“Designer” de joias ganha concurso disputado em Paris
O Globo: Tereza Xavier começou o ano no escuro – “para ver melhor o brilho dos fogos”, diz ela – cercada por umas 500 pessoas que aceitaram seu convite para uma festa de réveillon que fez o edifício Chopin, na Avenida Atlântica, ferver. Desde a semana passada, a designer de joias exibe o brilho de um troféu conquistado no Diamonds International Awards 1998, um concurso promovido pela De Beers, em Paris.
O troféu, considerado o Oscar da joalheria, é um cristal lapidado como um diamante. Nada mais adequado para quem ficou entre os 25 vencedores do concurso – a única brasileira – com uma joia que mistura um fio de palha trançada por índios da tribo Waimiri Atroari com 57 diamantes, num total de 11,5 quilates.
Os jurados gostaram da mistura de um material rústico como a palha com outro sofisticado, o diamante – diz Tereza, que concorreu com 2.228 pessoas de 43 países.
Segundo ela, a trança de palha é considerada pelos Waimiri Atroari, do Sul de Roraima, um talismã.
A pulseira é velha conhecida dos braços cariocas, por onde anda enrolada desde o verão passado, mas sem diamantes. O fio de palha foi patenteado por Tereza.
A designer, de 38 anos, faz joias há dois anos, desde que largou a profissão de advogada. Em dezembro, ela mudou o endereço de sua loja, do shopping Cassino Atlântico para o Fórum de Ipanema.
As joias que faço são peças únicas. Com poucas exceções, como no caso da pulseira de palha, ninguém corre o risco de encontrar outra pessoa com uma joia igual. Gosto muito de usar pedras que tenham um efeito diferente, como diamantes coloridos – diz ela, que elege como suas preferidas esmeraldas, turquesas e aventurinas, “pedras egípcias que brilham como o céu estrelado”.
A festa de réveillon, considerada por colunistas sociais a melhor do festeiro edifício Chopin, foi organizada por Tereza juntamente com seu irmão Luiz num apartamento que pertence a uma tia. Os convidados, que se divertiram até as 8h, iam de Isabelita dos Patins a Pepeu Gomes, passando por Baby Consuelo, Rosa Maria Murtinho e Vera Loyola. Mas ela não se considera festeira.
– Sou mais caseira – garante, dizendo que prefere ficar em casa, em São Conrado, onde se dedica à jardinagem e a estudar filosofia oriental.
De extravagância no currículo, apenas um desfile de joias no Jardim Zoológico, há dois anos. Ela conta que quis chamar atenção para a extinção dos animais. De quebra, adotou um urso pardo.
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